Localizado no sopé de uma colina, o castelo de Roccamandolfi ergue-se dos penhascos rochosos e, com a mesma matéria bruta funde-se na paisagem como se pertence-se ao lugar desde sempre. A sua localização e elevação faz com que as leis da natureza atuem constantemente e o massacrem com invernos rigorosos e verões infernais, deixando-o em estado puro face à rudeza que o assola. É neste espírito de lugar que o desafio foi nos colocado, e foi precisamente este o ponto de partida para refletir antes de intervir.

A ideia surgiu em criar um elemento que relacionasse com a paisagem e não interviesse no castelo, ou seja, que fosse visto na sua aproximação e não fosse visto da sua observação. Estudando a forma chegamos a um anel em forma de elipse, posicionada à volta do castelo sem tocar nele, como se tratar-se de um guardião do património para o futuro e ao mesmo tempo sinaliza-se o território na vasta paisagem natural. Este anel de 900m2, absorveria todo o programa para que não houvesse mais intervenções na natureza. No anel elíptico, tanto as unidades de alojamento como as áreas de apoio desfrutariam das vistas quer para o castelo e paisagem. Paralelamente, criarnos uma cobertura acessível que deveria ser usada como passadiço e miradouro a todos os visitantes que poderiam circundar o castelo. A elipse tem no seu eixo maior 66 metros e no eixo menor - 36 metros, distando da muralha do castelo entre os 3 e os 17 metros.

O acesso para os quartos é feito pela cobertura através de escadas situadas no centro do anel o que permite aos visitante desfrutar de um percurso paisagístico. As unidades de alojamento dispõem de um pequeno átrio de entrada que funciona como antecâmara para o seu acesso.

O anel elíptico é composto por três elementos, a base, o volume envidraçado e a cobertura, sendo estes elementos suportados por pilares que agarram este corpo ao solo. O aumento do número de pilares, tornou estes mais finos e criou um efeito de “levitação” do corpo sobre os vales e o castelo.